Maternidade e trabalho: Como as empresas podem oferecer apoio e segurança para as mães

Maternidade e trabalho - a imagem mostra a ilustração de uma mulher sentada em uma poltrona retirando leite e com um notebook ao lado

Mesmo com todos os avanços da sociedade, a relação entre maternidade e trabalho continua sendo um assunto polêmico e até mesmo problemático.

A realidade do mercado de trabalho é assustadora quando falamos de maternidade. É possível perceber que muitas empresas ainda são marcadas pelo preconceito com as colaboradoras que são mães, além de não saber como lidar com elas e oferecer o apoio necessário, principalmente com as que recém se tornaram mães.

A saída para mudar essa realidade é investir em um ambiente de trabalho saudável, conscientizando toda a empresa para evitar que haja uma discriminação com as colaboradoras que são mães, além de rever a experiência delas para oferecer mais apoio e segurança.

Esses são os tópicos que você irá encontrar no artigo:

  • O cenário da maternidade no mercado de trabalho;

  • Como as empresas podem oferecer apoio e segurança para as mães;

  • Saúde mental: o cuidado com as mães que retornam ao trabalho.

Aproveite a leitura!

 

Como está o cenário da maternidade e mercado de trabalho no Brasil?

Se para as mulheres o cenário do mercado de trabalho já é difícil, ele se torna ainda mais desafiador para aquelas que decidem viver a maternidade. Além dos preconceitos e discriminações vividas, existe também o medo de ser desligada devido à gravidez e a cobrança constante pela produtividade.

O cenário de como as empresas estão lidando com as colaboradoras que vivem a maternidade não é bom. Em um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi identificado que cerca de 50% das mães que estão no mercado de trabalho são demitidas até dois anos após o término da licença. 

Outros dados, como a pesquisa da Empregos.com.br realizada em 2023, reforçam essa realidade tão insensível vivenciada pelas colaboradoras que são mães. A pesquisa aponta que 56% das mulheres entrevistadas já foram desligadas ou conhecem alguém que passou por essa situação após voltar da licença-maternidade, em alguns casos esses desligamentos podem acontecer no primeiro dia de volta ao trabalho.

Essa realidade mostra um mercado que exclui ao invés de acolher e que se preocupa com possíveis “perdas” (quando considera que a atenção e produtividade da colaboradora vai ser dividida com a maternidade) ao invés de proporcionar um ambiente saudável que ofereça apoio, o que pode motivar e melhorar a performance dessa colaboradora.


 

Formas de oferecer apoio e segurança para as mães

Para mudar essa situação, as empresas precisam romper primeiramente com todo o preconceito e discriminação com as colaboradoras que são ou desejam ser mães e rever a sua cultura organizacional para oferecer um ambiente saudável e de respeito onde essas colaboradoras se sintam acolhidas.

Quando a alta gestão da empresa muda a sua mentalidade, o time de recursos humanos consegue estabelecer e aplicar estratégias que previnem casos de preconceito e discriminação, além de possibilitar melhores condições de trabalho para as mães. É necessário ter um ambiente humanizado e empático, com lideranças que motivem as colaboradoras que estão passando por esse momento e conscientizem os times sobre a maternidade e parentalidade, para aumentar a empatia e compreensão de todos.

1 - Prepare a liderança 

Uma das falhas que mais acontece nas empresas é a falta de preparo da liderança para lidar com determinadas situações. A forma como uma equipe apoia e acolhe a colaboradora que é mãe pode ser um reflexo de como a liderança está tratando ela.

A pessoa que está em posição de líder deve apoiar e cuidar dessa colaboradora mãe, oferecendo segurança e proporcionando oportunidades de desenvolvimento. É importante entender o momento que essa colaboradora está vivendo e motivá-la, uma vez que muitas mulheres que voltam de licença maternidade ainda estão se adaptando à nova rotina e esse apoio da liderança pode fazer toda a diferença.

2 - Os benefícios flexíveis podem ser grandes motivadores

Oferecer benefícios flexíveis é uma ótima forma de acolher as mães. Isso permite que elas tenham mais autonomia para escolher o que mais atende a sua realidade.

Segundo um levantamento feito com cerca de 14 mil colaboradores pela Bematize, uma consultoria de benefícios, para identificar quais os benefícios que chamavam mais atenção das pessoas colaboradoras, o auxílio-creche foi o mais citado, sendo a escolha de 38,57% dos participantes.

3 - Considere oferecer mais flexibilidade

Essa é uma ótima forma de oferecer apoio e segurança para a colaboradora que é mãe. Oferecer horários flexíveis para mães e gestantes é possibilitar que ela possa realizar consultas e exames, além de se dedicar à maternidade, sem a preocupação exaustiva de cumprir uma carga horária determinada.

É importante que a empresa tenha empatia e entenda que disponibilizar um horário flexível neste momento é uma forma de respeito e cuidado com a colaboradora.

Essa questão da flexibilidade de horários é muito discutida no cenário do mercado de trabalho atual e quando falamos de maternidade, ela tem um peso muito maior. O Annual State of Motherhood Report (2023), realizado pela plataforma norte-americana Motherly, aponta alguns dados sobre a relação maternidade x flexibilidade.

46% das mães dizem que os acordos de trabalho flexíveis são o benefício mais importante que seu empregador pode oferecer

4 - Disponibilize momentos de descanso

Administrar a vida profissional e a maternidade pode ser extremamente cansativo, por isso é importante que as empresas tenham um olhar atencioso com essas colaboradoras e ofereça momentos de descanso entre as atividades.

Dar essa oportunidade favorece também a empresa, a colaboradora que consegue ter pausas durante a sua jornada de trabalho pode ter menos estresse e cansaço, o que contribui para a produtividade e melhor performance das demandas.


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O cuidado com a saúde mental das mães quando voltam ao trabalho

A saúde mental é um tópico profundamente importante e precisa ser debatido e priorizado nas empresas. Quando destacamos o cuidado com a saúde mental das mães, principalmente aquelas que estão voltando ao trabalho, estamos falando de disponibilizar ações para toda a empresa, para evitar o assédio moral e oferecer um ambiente de segurança psicológica para essa colaboradora.

Uma pesquisa realizada pela Ticket confirma essa realidade de assédio que as colaboradoras que são mães sofrem ao retornar ao trabalho. Segundo a pesquisa que entrevistou homens e mulheres, 52% das mulheres já sofreram algum tipo de preconceito no ambiente de trabalho simplesmente por terem filhos, enquanto apenas 15% dos homens afirmaram ter passado por uma situação de preconceito.

Ainda de acordo com o Annual State of Motherhood Report (2023), foi descoberto que a saúde mental das mães que voltam ao mercado de trabalho são preocupantes. Ele expõe que as mães que trabalham têm níveis mais altos de ansiedade e de depressão em comparação com os pais que trabalham. Ele também apresenta dados sobre a procura de terapia, responsabilidades e preocupação com a economia.

46% das mães estão atualmente procurando terapia
71% das mães relatam que planejam cortar gastos
80% das mães estão preocupadas com uma possível recessão econômica

As mulheres que são mães vivem inúmeros desafios, principalmente nos primeiros anos, onde precisam equilibrar o cuidado com a criança e a família, o trabalho e o autocuidado. Elas podem acabar se cobrando demais para fazer tudo com excelência e isso pode impactar na saúde mental e emocional dela. Por isso, é importante que a empresa assuma uma postura mais humanizada e dê o apoio para as colaboradoras que estão passando por esse momento.

 

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