Homofobia no trabalho: entenda os prejuízos causados pela não prevenção

 
Peças de madeira de cores diferentes sobre fundo cinza

As companhias precisam ficar atentas aos prejuízos causados pela homofobia no trabalho e cuidar para que comportamentos intolerantes não cresçam dentro de suas equipes.

Sabia que 62% dos universitários LGBTQIAP+ recém-formados ‘voltam para o armário' quando começam no primeiro emprego? O estudo da Human Rights Campaign reforça o quanto a homofobia no trabalho ainda é um fator que preocupa os profissionais. 

O receio de que a orientação sexual influencie nas oportunidades da carreira e nos relacionamentos com colegas e lideranças é o que motiva as pessoas colaboradoras a não conversarem sobre a vida pessoal no trabalho.

Porém, hoje, um clima organizacional fechado e tenso é um repelente de talentos, gerando prejuízos para o crescimento da empresa no mercado e para o desenvolvimento dos times.

Sendo assim, as companhias precisam ficar atentas aos prejuízos causados pela homofobia no trabalho e cuidar para que comportamentos intolerantes não cresçam dentro de suas equipes.

Continue lendo e entenda as consequências da ausência de ações a favor da diversidade e inclusão nas políticas da empresa. 

Boa leitura!

4 prejuízos causados por homofobia no trabalho

Quando não existem condutas claras e responsabilização, os prejuízos causados pela homofobia no trabalho podem abalar o negócio.

Veja quais são as consequências que as empresas podem enfrentar se não tiverem atenção aos preconceitos associados ao gênero. 

1. Prejuízos financeiros

Os casos de homofobia no trabalho podem causar prejuízos financeiros por causa de ações trabalhistas movidas por pessoas colaboradoras lesadas pelo comportamento de colegas e líderes.

Recentemente, uma empresa de Fortaleza foi sentenciada a pagar R$ 95 mil por danos morais a um gerente que sofreu discriminação por causa de sua orientação sexual. 

O colaborador foi exposto a diversas situações vexatórias na frente de colegas de trabalho. O tratamento agressivo por parte da lidernaça regional da equipe sempre tinha cunho homofóbico, o que foi comprovado por testemunhas.

Um detalhe importante desse caso, é que o acusado alegava falar  em “tom de brincadeira”. Diante das evidências de abuso psicológico por causa da discriminação, a juiza condenou a empresa ao pagamento da indenização.

2. Alto índice de turnover

Outro prejuízo da homofobia no trabalho é a alta do índice de turnover, ou seja, o aumento da taxa de rotatividade de pessoas colaboradoras na equipe.

Quando a empresa não toma medidas de responsabilização, a consequência natural é que  colaboradores e colaboradoras não queiram ficar. Afinal, um ambiente de trabalho no qual não se é bem tratado e respeitado impede sua produtividade e satisfação profissional.

O alto índice de turnover também aumenta os gastos financeiros por causa das dispensas e contratação de novas pessoas para o time.  

3. Danos à imagem da marca

Quando a empresa não se preocupa com a homofobia no trabalho, pode ganhar fama negativa no mercado. E, muitas vezes, descobre isso quando os danos à imagem da marca já foram feitos.

Isso influencia na contratação de pessoas colaboradoras para a equipe, pois ninguém deseja fazer parte de uma organização que não se preocupa em oferecer um ambiente de trabalho saudável e respeitoso.

Além disso, clientes e parceiros de negócio também podem se afastar para não se associarem à imagem de uma empresa que demonstra descaso com sua equipe.

4. Falta de integração na empresa

A falta de integração na empresa também é um dos prejuízos causados pela homofobia no trabalho. Isso se reflete no clima organizacional que se torna tenso e incômodo para os membros que presenciam atitudes de desrespeito aos colegas.

Dessa forma, as atividades também são prejudicadas, levando a resultados abaixo do esperado o que, por sua vez, pode gerar excesso de cobrança em equipes desfalcadas.



Por que prevenir a homofobia no trabalho?

A prevenção da homofobia no trabalho relaciona-se diretamente com a criação de um ambiente agradável, respeitoso e livre de preconceitos entre as pessoas colaboradoras.

Uma empresa tem pessoas de contextos sociais, criações, opiniões e valores diferentes. Porém, no ambiente de trabalho, precisa-se respeitar os limites da convivência com os colegas de equipe.

Hoje, as consequências da homofobia no trabalho vão além das medidas de responsabilização interna. Em junho de 2019, a homofobia e a transfobia foram criminalizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com a aplicação da Lei do Racismo, outro ponto que reforça a importância de preveni-las nas empresas.

O Código de Conduta e Ética e um canal de denúncias são ferramentas importantes no processo de prevenção contra a homofobia e evitam danos à imagem da marca no mercado.

O código serve como parâmetro para que o relacionamento entre as pessoas colaboradoras seja respeitoso e siga os valores da empresa. E também especifica regras de comportamento como:

  • não proferir falas que constranjam as pessoas colaboradoras individualmente ou no meio da equipe (ex: reuniões);

  • tratar diferente uma pessoa do time diferenciado devido à sua orientação sexual;

  • usar linguagem vulgar para falar sobre a intimidade de um colega do time;

  • induzir ou estimular a discriminação a pessoas colaboradoras por meio de aplicativos de mensagens ou e-mail de trabalho.



O sucesso na criação de um clima organizacional positivo e inclusivo depende do envolvimento direto das lideranças com a diversidade. Os líderes são vistos como exemplo e, se eles violam as regras estabelecidas, os times entendem que aquilo é aceitável ou “ só uma piada ou brincadeira”.

As empresas precisam investir em ações afirmativas que incentivem o diálogo e a troca entre as pessoas colaboradoras e seus líderes. Isso é essencial para que a equipe se sinta satisfeita e segura no seu ambiente de trabalho.

Um canal de denúncias transparente e que garanta acolhimento é uma das soluções que ajuda a monitorar se o código de conduta é cumprido na prática. Além de apontar, áreas problemáticas e se uma situação é pontual ou geral.

Com informações confiáveis, o setor de compliance e governança corporativa pode executar as medidas punitivas ou de responsabilização necessárias para evitar o agravamento de crises internas, agindo de maneira firme em todas as situações.

Um trabalho consistente na direção de uma cultura de diversidade e inclusão ainda contribui para valorizar a imagem da empresa no mercado e atrair novos talentos.

Combata a homofobia no ambiente de trabalho

Criar um programa de diversidade e inclusão para que a empresa faça processos seletivos mais inclusivos e dê oportunidades de crescimento e de liderança a todos é uma forma de combater a homofobia.  

Para evitar esses prejuízos e combater a homofobia no ambiente de trabalho, o primeiro passo é ter uma postura ativa diante do assunto. Uma política interna com diretrizes claras definidas pelo setor de compliance e governança é fundamental para dar esse passo.

Além disso, as lideranças da empresa devem abraçar a diversidade como um valor e aplicá-la no seu trabalho dando oportunidades iguais as pessoas colaboradoras de seus times. 

Outra ação para combater a homofobia no trabalho é criar um programa de diversidade e inclusão para que a empresa faça processos seletivos mais inclusivos e dê oportunidades de crescimento e de liderança a todos.  

Ter um canal de denúncias interno também contribui para que a equipe possa reportar casos de má conduta e discriminação de maneira segura e anônima.

Os softwares atuais ajudam a criar uma estrutura moderna e permitem que o time de Compliance monitore e gerencie os casos antes que eles escalem e causem prejuízos para a empresa. 

Saiba mais como conduzir o processo de implementação com sucesso com as dicas do artigo: “Boas práticas para implementação de Canal de Denúncias”.


 
 
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